Farol de Areia

Reunião de imagens e textos de Thomas J Schrage

6 de maio 2025

Estou começando uma espécie de blog/diário. É estranho fazer isso — ainda mais depois dos 35. Mas, me sinto cada vez mais desconectado das redes sociais. A única que ainda uso (e cada vez menos) é o Instagram, e os rumos dela tem me desanimado.

Mais curioso ainda é escrever diretamente em um editor de código HTML. Eu até poderia fazer isso pelo WordPress, onde já mantenho um site, mas confesso que, no longo prazo, penso em deixá-lo de lado também, pela hiper monetização que a plataforma passa.

Aqui, no Neocities, tenho controle total sobre o código da minha página. Posso garantir que não há cookies, scripts ou pegadinhas escondidas. Além disso, gosto da ideia de que minha produção — seja imagem, conto ou texto pessoal — esteja (ao menos na teoria) fora dos motores de inteligência artificial.

Bom, existem muitas plataformas que ajudam a criar sites com aparência profissional com pouco esforço. Codificar o próprio é o oposto: Criar sites nada profissionais, com muito esforço. E talvez seja exatamente essa a graça.

Aprendi um pouco de HTML e CSS lá nos anos 2000, quando criava meus próprios sites — ou os das minhas bandas. Naquela época eu tinha um moicano, tocava punk rock (Bad Religion era minha banda favorita). Depois virei "grunge" e fui parar em bandas alternativas. Acho que essa estética "indie" nunca me abandonou. Até mexia com Flash, o símbolo da obsolescência

Não sou bom programador (este site que o diga). E se por acaso sobra algum tempo livre (spoiler: não sobra), prefiro investir no Blender 3D e na modelagem.

Mesmo assim, acho legal seguir com esse projeto. Dei uma “surfada” pelo Neocities e por outras plataformas independentes e encontrei uma outra internet — menos tóxica, mais criativa, mais livre. Uma espécie de utopia paralela. E quero, mesmo que modestamente, contribuir com isso.

Como pai, penso muito no futuro e nas conexões que quero ter com meu filho. O que será melhor pra ele: ler textos do pai refletindo sobre o mundo, reclamando que “antigamente era melhor” (sim, no fundo é disso que este texto trata) — e talvez com isso gerar uma conversa — ou ver fotos cuidadosamente escolhidas, posadas, editadas em formato vertical horrível, cheias de hashtags e sem contexto? Sem saber onde foi, com quem, por quê — ou o que eu sentia?

Então é isso. Começando.